Para fechar o ano de atividades e comemorar o aniversário da UFSM, o Fórum Regional Permanente de Extensão discutiu a obrigatoriedade da implementação de 10% da carga horária dos cursos de graduação para a realização de atividades de extensão (previstos na lei 13005/2014) até 2020. A reunião ocorreu hoje, 12/12, no auditório do Centro de Tecnologia do campus sede.
Na abertura, o reitor Paulo Burmann lembrou que o Fórum esteve em todos os campi em busca de ouvir a comunidade para resolver problemas e também atentando às possíveis soluções que poderiam surgir dos encontros. “O trabalho do fórum deve ser continuado, pois temos que trabalhar junto com a comunidade, integrando e fortalecendo. O papel da universidade é fomentar o desenvolvimento dos locais onde está inserida”, afirmou o reitor.
Ainda estavam presentes o coordenador do Corede-Centro, Caio Jordão, e o vice-prefeito, Sérgio Cechin, que anunciou projetos da prefeitura que poderiam ser executados em parceria com a UFSM, entre eles a continuação da Avenida Dom Ivo Lorscheiter e a construção de novos PAs na cidade.
Durante a mesa-redonda, os convidados Renato Duro, pró-reitor de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), João César Netto, presidente da Câmara de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a pró-reitora de Extensão da UFSM, Teresinha Heck Weiller e o diretor do Centro de Tecnologia da UFSM, Luciano Schuch, apresentaram suas experiências e estratégias sobre a implementação dos 10% de extensão nos currículos dos cursos de graduação.
A medidadora da conversa, Martha Bohrer Adaime, pró-reitora de Graduação, afirmou que não é uma questão operacional mas sim de como utilizar o que já existe em extensão na UFSM. Duro apresentou os caminhos que a FURG percorreu até agora, passando por conversas com a comunidade, formação de grupos de trabalho e discussões sobre conceitos de indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão e o conceito deste último termo. A tendência apresentada pelo pró-reitor é do escalonamento de atividades com 3% a 4% de curricularização a cada período até 2018.
“O desafio é convencer que não é para criar disciplinas de extensão. Em nossa pesquisa sobre o conceito chegamos aos 5 Is: Integração, Interdisciplinaridade, Impacto na Graduação e Impacto na Transformação junto à sociedade. Na extensão, a autonomia universitária deve ser priorizada: a vocação de cada campi deve ser respeitada e preferencialmente não aumentar a carga horária, dinamizando espaços e práticas”, afirmou Duro.
Netto apresentou o desenvolvimento da UFRGS relativo ao tema. Na universidade, são feitas conversas com a comunidade de forma periódica (os Diálogos da Extensão) e entre as conclusões que surgiram dos debates estão a convicção de que a extensão mantém o estudante na universidade e auxilia na escolha profissional, e que a presença da extensão na comunidade leva os jovens a buscarem a universidade.
“Os estudantes saem transformados e aprendem a enfrentar problemas que não estão nos livros, além disso, é possível avançar no ensino/ pesquisa através da extensão”, afirmou o presidente da Câmara de Extensão da UFRGS.
Entre as propostas para a implementação nesta universidade estão: carga horária não pode aumentar; usar créditos complementares para que sejam de extensão (projeto piloto); construção de projetos e programas institucionais da universidade e das unidades acadêmicas; e a descrição do projeto pedagógico para demonstrar como a extensão atinge a formação do estudante.
Conforme a pró-reitora de Extensão da UFSM, Teresinha Weiller, “o primeiro grande desafio é não aumentar a carga horária dos cursos que já estão no limite e não reduzir o conteúdo que será ensinado”, categorizou. Weiller apresentou experiências que já deram certo, entre elas o curso de Psicologia da UFRJ que já completou a curricularização da extensão. “Eles identificaram as disciplinas com vocação pra o diálogo ampliado, atribuíram carga horária e projetos que se vinculavam”, comentou durante o evento.
A pró-reitora da UFSM ainda propôs questões sobre como integrar o Fiex e como atender alunos que trabalham em horário comercial e estudam à noite.