Um momento para refletir sobre o cenário brasileiro, rever colegas de diferentes instituições e pensar em ações para o futuro próximo e o pós-Covid. Assim foi a atividade interativa “Entendendo fatos, pensando ações”, organizada pelo ATENS Sindicato Nacional, com apoio das seções e coordenações locais, que ocorreu online nesta quinta-feira, 7 de maio, através do aplicativo Google Meet.
Protagonizado por Rudá Ricci, do Instituto Cultiva (uma consultoria cujo foco é a educação para a cidadania e participação social), a atividade trouxe uma compilação da situação do país relativamente à política, economia, movimentos sociais, saúde e pandemia da Covid-19.
O panorama mostrou a tendência de diminuição da aprovação do governo Bolsonaro e a abertura do mesmo para negociações de cargos com o Centrão. Além da instabilidade política deixada pela saída de Moro, há a preocupação com a instabilidade social, pois a pandemia da Covid-19 prejudicou a economia e sobrecarregou o sistema de saúde pública. O SUS, conforme Rudá, está se mostrando o grande sustentáculo para enfrentamento do vírus.
“Com mais de 24 milhões de desempregados, cerca de 40 milhões de informais, 4 milhões de MEI e queda na arrecadação, além do colapso no sistema de saúde e social vindo nas próximas três semanas, poderá haver descontrole social (com saques e etc) em razão da letargia do governo. Neste momento o Brasil está vendo que quem salva a saúde e a economia não é o empresário, mas sim o Estado” avaliou Rudá.
Após a análise da conjuntura, os participantes debateram o que está sendo e o que poderia ser feito pelos sindicatos para mobilização e luta. Entre as ações que estão sendo tomadas pelo ATENS-SN e pelas seções sindicais, como a ATENS/UFSM, estão campanhas de pressão através de redes sociais e email.
“Pode parecer pouco, mas os parlamentares estão recebendo os e-mails e mensagens, estão escutando sobre nós e sabem que há quem defenda os interesses dos servidores e do serviço público. Em relação às ações sociais, o ATENS Nacional fez doações à CUFA e Caritas. Cada seção também tem autonomia para decidir as suas”, comentou Ângela Lobo, dirigente do ATENS-SN.
Na avaliação de Rudá, “agora é um momento precioso para estar em contato não só com as bases, mas com uma ideia de país. É hora de um sindicato cidadão, que luta por aqueles que estão perdendo emprego e renda mesmo fora da categoria”.
Relativamente ao PL39/2020 que estava tramitando na quarta-feira, foi informado, durante o evento, que o jurídico do ATENS-SN está analisando o texto final do documento e a lista de exceções para poder repassar informações corretas aos filiados e filiadas.
Ao término da atividade, o presidente da ATENS/UFSM, Clóvis Senger, avaliou o encontro como “positivo, na medida em que trouxe algumas informações novas sobre conjuntura e também por apontar alguns caminhos para os sindicatos. Como pontos positivos, foi sucinto e objetivo”.
Para José Parciannello, o evento também foi um bom momento para rever colegas e “trouxe informações gerais da conjuntura política, social e econômica não só do país, mas do mundo também, além das tendências a curto prazo que teremos que fazer em termos sindicais, em defesa dos serviços públicos”.