Na tarde desta sexta-feira, o reitor da UFSM, Paulo Burmann, afirmou que as aulas e atividades presenciais só retornarão quando houver condições sanitárias adequadas. O anúncio foi feito durante transmissão ao vivo no Youtube. Na quarta-feira, 20, o reitor já havia feito essa afirmação, antes da transmissão cair em razão de acidentes que inviabilizaram o uso dos links de internet das universidades no Rio Grande do Sul. “Não foi só a UFSM, todas as universidades ficaram sem conexão”, disse o reitor na abertura da transmissão desta sexta.
Sobre as atividades acadêmicas, o reitor e o vice, Luciano Schuch, responderam questões que tinham sido selecionadas na última live e interagiram com entidades representantes dos docentes, discentes e TAEs. Participaram ATENS, DCE, Sedufsm, Assufsm, prefeitos da Palmeira das Missões e Frederico Westphalen e o médico infectologista da UFSM Alexandre Schwarzbold. A ATENS foi representada pelo presidente da Seção Sindical de Santa Maria, Clóvis Senger.
Conforme o reitor, o retorno às atividades presenciais foi planejado a partir das propostas apresentadas por cada centro, junto com a Progep, e será executado quando for possível. Burmann falou que a UFSM proverá EPIs, mas máscaras de proteção individual não serão fornecidas, apenas equipamentos mais complexos e/ou necessários para os profissionais de saúde. “As máscaras são de uso pessoal”, explicou o reitor.
O presidente da ATENS/UFSM, Clóvis Senger, afirmou que a posição da entidade é não retornar às atividades presenciais agora. “Muitas vezes a população pensa que a UFSM está completamente parada, mas ela nunca parou. Se tivesse parado nem o REDE nem o HUSM, nem laboratórios teriam funcionado ao longo de 2020. Agora temos um vírus mais contagioso e que tem afetado mais jovens, por isso defendemos o retorno presencial apenas após a imunização de 70% da população”, afirmou Clóvis.
A taxa para um retorno seguro (de 70% da população imunizada) foi confirmada pelo infectologista Schwarzbold. O especialista também defendeu que após a vacinação de profissionais de saúde, idosos e indígenas, o próximo grupo que deveria ter prioridade seria o da educação. “Principalmente educação infantil e ensino fundamental”, informou o médico.
Sobre o calendário acadêmico, o reitor e o vice afirmaram que ainda há indefinições, mas que o 2º semestre de 2020 deverá acabar até fevereiro e em seguida haverá 40 dias de intervalo para o 1º semestre de 2021. “Esse intervalo é necessário porque temos questões relativas ao Enem e SiSu, além de outras atividades administrativas. Não está descartada a simultaneidade entre o 2º semestre de 2020 e o 1º de 2021”, afirmou o reitor. A previsão é de que o semestre comece em abril, ainda sem data definida. A PRAE deverá avaliar a concessão de benefícios sociais aos alunos que deverão ingressar pelo SiSu, mas o retorno dos alunos moradores da Casa do Estudante ainda não tem previsão.
Os estudantes foram tranquilizados quanto aos prazos de matrícula e vínculo com a UFSM. Formaturas deverão seguir ocorrendo de forma online, mas estágios e outras atividades presenciais necessárias para a formação na graduação deverão aguardar liberação. “Não há nada que impeça o estágio remoto. Cada curso é que decide sobre esta questão, observando as disposições legais”, informou o reitor.
Os alunos perguntaram sobre avaliação do REDE e da qualificação dos professores para o ensino EaD, ao que Schuch apontou que foram oferecidos, ao longo de 2020, 25 cursos de capacitação feitos pelo NTE, Progep e Prograd. A avaliação do REDE, segundo o vice-reitor, ocorreu em 2020 e também poderá ser feita pelo Enade. A professora Neila Baldi, da Sedufsm, lembrou que a UFSM foi a única universidade pública no estado que seguiu tendo aulas remotamente durante toda a pandemia. Burmann e Schuch afirmaram que o REDE foi uma das formas de manter o vínculo dos alunos com a instituição e professores, mas que aqueles que desejarem poderão optar por não aderir ao REDE bem como trancar o semestre.
Conforme o vice-reitor, concursos estão sendo retomados e novos servidores nomeados. Apenas os certames que exigem provas presenciais ainda estão parados até posterior definição.