Na manhã de quinta-feira, 09 de junho de 2022, a diretoria da ATENS-UFSM e das entidades representativas, servidores técnico-administrativos em educação, estudantes, professores e a administração da UFSM estiveram reunidos em audiência pública, discutindo os significativos cortes no orçamento da Instituição durante os últimos anos e o recente bloqueio de R$ 1 bilhão no orçamento das universidades e institutos federais.
Frente à intensa pressão das entidades sindicais, estudantis e da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, metade do valor bloqueado foi liberado, representando para a UFSM R$ 9 milhões. O valor, no entanto, está longe do suficiente.
Para o ano 2022, a UFSM necessitaria de R$ 164,79 milhões para suas atividades. O valor liberado, antes do bloqueio, foi de R$ 129, 47 milhões. O reitor Luciano Schuch destacou que a universidade já iniciou 2022 com R$ 35 milhões a menos do que o necessário. Segundo ele, “Estamos com um dos menores orçamentos da história da nossa universidade”.
Todas as entidades presentes destacaram a necessidade de uma luta unificada em defesa da UFSM e a importância da mobilização da sociedade contra o desmonte da universidade, salientando a importância da Instituição para a sociedade e para a economia de Santa Maria e região.
Os recursos para a assistência estudantil da UFSM, reconhecida nacionalmente como uma das mais fortes e completas, também vêm em queda livre e foram assunto na audiência pública. Segundo o reitor, o Programa Nacional de Assistência Estudantil recebeu, este ano, uma verba de R$ 21 milhões, quando o necessário para dar conta das demandas seria em torno de R$ 40 milhões.
Na sua fala, o Presidente da ATENS/UFSM, Clóvis Senger, lembrou que o quadro apresentado pelo reitor na audiência pública é uma síntese da situação que o Brasil vive hoje e que começou a ser construída após a Emenda Constitucional 95, que colocou o país em uma espiral descendente, privilegiando o aumento do capital através do pagamento de juros da dívida pública, em detrimento de investimento sociais para geração de renda e crescimento da economia. Ele destacou também a importância de se manter a assistência estudantil, tão fundamental para que os alunos possam continuar frequentando a universidade.
O evento foi apenas o primeiro aberto ao público na pauta de defesa da UFSM. No dia 20 de junho, segunda-feira, acontecerá uma Reunião Pública na Câmara de Vereadores de Santa Maria, para mobilização da classe política em busca de apoio à causa. Com início às 18 horas, a reunião é organizada pelas entidades sindicais em conjunto com a administração da UFSM e será aberta para toda a comunidade.