Na manhã desta quinta-feira, 19/04, o reitor Paulo Burmann convidou a imprensa para a pré-apresentação do relatório de sua gestão anterior (2014-2017). A comunidade acadêmica receberá o relatório no dia 2 de maio, quando também estará disponível em formato digital.
Em sua apresentação, o reitor ressaltou a posição da UFSM nos rankings de melhores universidades: ela é a 14ª melhor pelo Índice Geral de Cursos do Inep e a 3ª melhor da Região Sul pelo Guia do Estudante. “Nossa meta para 2021 – o que transcende a nossa gestão – é estar entre as 10 melhores do país. E acredito que conseguiremos se não houver mais cortes”, comentou Brumann.
Apesar dos dados, em maioria, positivos o contingenciamento de gastos foi tema recorrente durante a apresentação do relatório. Obras, projetos, custeio e a assistência estudantil estão todos em risco. “Estamos agindo com serenidade e responsabilidade em prol da boa gestão da universidade. Porém 70% do orçamento deste ano está retido com o MEC e teremos que ir lá apresentar cada projeto para ser aprovado. Na próxima semana levaremos ao ministro em mãos as prioridades que elencamos com as unidades administrativas”, adiantou o reitor.
Um exemplo deste contingenciamento é o campus de Cachoeira do Sul, Burmann lembrou que, dos R$ 129 milhões pactuados com o MEC, somente R$ 10 milhões foram repassados à Universidade. Mesmo assim, as obras no campus foram mantidas com recursos próprios garantindo que, até o final do próximo mês de maio, sejam inaugurados os dois primeiros prédios de sala de aula no novo campus. Também não foi possível destinar o número de servidores ideal para o local.
Conforme o reitor, os valores para custeio estão contingenciados então a busca por economia ocorrerá até na luz. “O sistema de eficiência energética deverá render uma economia de 10%, o que representa mais de R$1 milhão”, exemplificou Burmann. Relativamente aos recursos humanos, que também estão contingenciados, o reitor explicou que está sendo realizada uma modernização administrativa, aliada a gestão por competências e dimensionamento de pessoal. “Fizemos o mapeamento de processos na reitoria e chegamos ao número de 300. Agora vamos identificar os gestores para oferecer um curso de melhoria de processos, eficiência e indicadores. Em um próximo passo, ainda sem data prevista, avaliaremos por cargo”, explicou Frank Casado, pró-reitor de Planejamento.
Dados da gestão 2014-2017
Entre os números apresentados, os de ingresso e ocupação das vagas se sobressaíram: são 28 mil estudantes (sendo 50% cotistas) e 90% gaúchos (sendo 55% da região de Santa Maria). A taxa de ocupação é uma das melhores entre as universidades, segundo Burmann, 96% em 2017. “Até 2014, 27% dos nossos estudantes eram de fora do estado, com a implementação do Sisu são apenas 12%. Em relação à ocupação, a maioria das universidades fica em 86%. Jà a evasão é difícil de medir, porém estamos trabalhando no controle. O nosso desafio agora é a formação completa” disse o reitor.
Relativamente à assistência estudantil, o relatório aponta a UFSM como a universidade com maior número de alojamentos estudantis da América Latina. Há 2.423 vagas e estão previstas mais 304 até o final de 2018. A gestão investiu mais de R$13 milhões em assistência estudantil. São servidas 9 mil refeições por dia nos restaurantes universitários de todos os campi e servidores e alunos com deficiência podem receber o alimento gratuitamente no seu local. Somente em 2017 foram gastos R$18 milhões em alimentação. Cerca de 4 mil estudantes recebem Benefício Socioeconômico, totalizando mais de R$6 milhões em bolsas.
O reitor ainda ressaltou os atendimentos psicológicos e odontológicos oferecidos e as políticas de acolhimento aos refugiados. O Programa de Acesso ao Ensino Superior e Técnico a Refugiados e Imigrantes em Situação de Vulnerabilidade atende 42 refugiados do Haiti, Síria, Afeganistão e outros países. O trabalho rendeu para a UFSM reconhecimento internacional: em janeiro deste ano o reitor apresentou as ações em conferência na ONU e em junho deve retornar para apresentar relatório do trabalho desenvolvido.
As parcerias com o Exército e Marinha foram destacadas como projetos estratégicos. “O desenvolvimento de tecnologia e inovação geram soberania. Estas parcerias não ficarão somente para a área militar e poderão ser usadas em diversas áreas como já vêm sendo na agricultura de precisão, por exemplo”, disse Burmann.
Nesse sentido, a Agittec também foi apresentada como marco histórico pois, conforme o reitor, canalizou os esforços de várias partes da instituição rumo à inovação, ao empreendedorismo e à transferência de tecnologia – que são a chave para a promoção do ensino, desenvolvimento regional e aumento da competitividade. A Agittec, em 2017, teve 13 empresas encubadas, mais de R$2 milhões em faturamento e 134 registros de patente, 34 a mais do que entre 2012 e 2014. “Somos a 13ª universidade mais empreendedora do país, a 2ª no estado”, afirmou Burmann.
Os projetos sociais também estão contemplados na Incubadora Social, que tem 10 propostas selecionadas e em 2016 se tornou órgão de apoio vinculado à PRE. Nela são desenvolvidas atividades que visam a geração de trabalho e renda para grupos em situação de vulnerabilidade social. “Além disso, nosso grande projeto social é o HUSM que é o maior hospital público da região sul”, lembrou o reitor.