No ano de 2020, intensificaram-se as manobras políticas contra os direitos dos servidores públicos, como: campanha governamental, propostas de emenda constitucional para redução de salários, diminuição de direitos trabalhistas e previdenciários e até privatização de instituições.
Se no campo político houve continuidade, no da saúde houve uma reviravolta muito grande, criando-se uma crise sanitária que afetou toda a população. A pandemia de Covid-19 colocou o mundo inteiro de quarentena. No dia 16 de março, a UFSM suspendeu suas atividades acadêmicas e administrativas para evitar a proliferação de coronavírus e Santa Maria acompanhou a decisão fechando (total ou parcialmente) comércio, academias, mercados, etc. Com isso, a pandemia mostrou que quem sustenta o desenvolvimento de um país são os trabalhadores, sem eles não há riqueza.
O surto de Covid-19 também mostrou que, apesar da intensa campanha contra as universidades e a ciência no geral, foram elas que apresentaram resultados para o combate ao coronavírus, seja na produção mais barata de equipamentos de proteção, melhoramento/reutilização de maquinário para o tratamento seja na busca pela vacina. Ainda assim, o trabalho da ciência seguiu sendo desmerecido com diversas bolsas de pesquisa sendo cortadas e reitores sendo nomeados contrariamente ao resultado das eleições das universidades.
Ao longo do ano, foi preciso adaptar reuniões, congressos, aulas e trabalho para o formato remoto, feito de casa. Na UFSM, REDE para estudantes e professores. A sonhada informatização dos processos na universidade aconteceu de um jeito diferente. Trabalhando em casa, profissionais tiveram que adaptar sua rotina à dos filhos, que também passaram a ficar em casa. Pesquisa da UFSM sobre saúde mental durante a pandemia apontou que mulheres tiveram mais depressão e ansiedade.
O novo formato de trabalho e de encontro trouxe mais estresse, mas também possibilitou a participação em mais eventos, em diversos lugares e com diferentes pessoas. O ATENS Sindicato Nacional, por exemplo, promoveu, entre diversos outros eventos, o III Congresso Nacional de forma totalmente online. A ATENS/UFSM organizou lives de conteúdo rico com personalidades importantes que estavam em diferentes estados do país.
As manifestações de luta pelos direitos dos servidores também tiveram que se reinventar e as mobilizações online através de publicações, twitaços e barulhaços tomaram conta do cenário. Novas formas de resistência e luta foram criadas, mas ainda é preciso encontrar aquele formato que carregará mais impacto junto à opinião pública e aos políticos. Na UFSM, a ATENS/UFSM buscou estar em contato com suas filiadas e filiados através de reuniões online e também lutou junto à reitoria para que não fosse retomado o trabalho presencial sem um bom plano de retorno.
Por fim, temas como: violência doméstica e racismo tornaram-se emergentes, seja pelo aumento do número de casos, como pelo impacto causado na população trazendo a necessidade de dialogar sobre estes assuntos. Este foi um ano atípico para muitos e trouxe mudanças na forma como a realidade é pensada e construída. Cabe, em 2021, aprofundarmos essas mudanças.